idEias inacabAdas - Individualidade e intimidade

Ilha Amantaní
O livro "The Baron in the Trees", de Italo Calvino, ilustra bem a sensação que às vezes me invade. Há dias em que gostaria de subir em uma árvore e de lá não descer mais. Ficar refugiada por entre os galhos me protegendo de sinismos, dissimulações, vaidades, mesquinhez. Enfim, me protegendo de gente e dos meus medos. Não que eu não guarde os meus vícios. No entanto, tantos nos vícios quanto nas virtudes nunca me identifico completamente em ninguém. Eu fico sempre com aquela sensação de solidão. Mas, não uma solidão de vazio, e sim uma solidão de existir. Um existir que até hoje não encontrou em nada, nem em ninguém correspondência. Hummm!! Minto!! Talvez Clarice Lispector seja em quem eu mais tenha me encontrado.

O fato é que é possível viver nas árvores, mesmo com os pés no chão. Podemos nos proteger de novidades (e eleger a rotina, como descobri Proust fazia para se sentir acolhido), nós podemos nos proteger de novos amigos, nós podemos nos proteger de intimidade, nós podemos nos proteger da vida. E no fim o que nos restará, eu te pergunto? Uma árvore?

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