Ideias Inacabadas - Das nossas escolhas

Contrariando a direcao do vento, vim parar aqui em S.Sebastiao do Rio de Janeiro. Foram muitas escolhas, mas muitos me indagam sem entender: Por que voce nao pede para ser transferida para Brasilia? E mais perto da sua casa. Já se acostumou ao Rio? Você nao pensa em atuar na sua area de formacao? Voce gosta de trabalhar com planos de saude? Por que você não pede para ir para a area de comunicação?

Nessas horas me vêm à cabeça algumas assertivas do filosofo Gilles Lipovesk, em A Era do Vazio:

"Menos de 40 anos atrás tudo isso ainda era uma utopia. A moral rigorista ocidental fazia do homem o chefe de família, a autoridade paterna, a voz incontestável, o esteio da sociedade no microcosmo do lar. A mulher vivia em situação secundaria, praticamente sem direito ao prazer, ao orgasmo, à liberdade sexual e à vida profissional. Não se estava numa vida de escolhas, mas numa teia coercitiva. Família, Igreja, Pátria, Partido e Ideologia dominavam a cena social e serviam de pastores e de sentido para a existência, obrigando a conformar-se, a entrar numa forma, a tomar a forma de um mundo moralmente determinado, sexista e produtivista.

No fundo, a mulher devia sacrificar-se pelo marido e pelos filhos. Já o homem devia sacrificar-se pela família, pela pátria e pelo trabalho. A felicidade pessoal não passava de uma conseqüência. Ser feliz devia significar a aceitação de um sentido presente na tabua de valores fixada desde antes do nascimento de alguém.A pos-modernidade consagrou a possibilidade de viver sem sentido, ou seja, de não crer na existência de um único e categórico sentido, mas de apostar na construção permanente de sentidos múltiplos, provisórios, individuais, grupais ou simplesmente fictícios."


Nao e porque eu nasci em Goias, que eu tenha que apreciar necessariamente musica sertaneja. rsrs Assim, como nem todos que nascem na Bahia apreciam Axe! Nao e porque me formei em comunicacao, que eu nao possa atuar com desenvoltura em outras areas. Nao e porque eu fiz escolhas, que eu tenha que ser vista como uma ultra-feminista a procura de sutias para queimar. rsrs

E que fique claro!!! Nao se trata de negar as origens. Sou goiana, adoro comunicacao e acredito numa relacao equilibrada entre meninos e meninas (cada um com o seu melhor).

Mas como coloca Gilles, nao creio na existencia de um unico e categorico sentido, aposto na construção permanente de sentidos múltiplos, provisórios, individuais, grupais ou simplesmente fictícios.

Comentários